"Cantora do Teatro Municipal do Rio"

Nasceu de um lar pobre, pais de intelectus diferentes; como diz a frase popular "a mãe fazia poesia, o pai não sabia ler". Não era um pai analfabeto de letras, era anlfabeto funcional.  Ela foi a quarta entre seus irmãos, sendo o primeiro portador da Síndrome do Aspecto Autista.

Cresceu num lar de gente trabalhadora, de feirantes a professora. A mãe autodidata, ensinou o melhor de seu próprio interior aos filhos, enquanto o pai trabalhava e dormia. A vida sempre foi dura para a família, mas eram salvos pela intelectualidade espontânea da mãe que cultivava ideais de escritora. 

A vida de Andressa prometia ser apagada e triste por conviver com um pai sempre fora de casa por motivos de trabalho, um irmão com problemas graves de convivência familiar por causa da doença, uma mãe frustrada, com sonhos irrealizados por impedimentos familiares, a qual tornou-se uma mãe arredia, irritada, inconformada, tendo como alento a poesia e 3 cifras tocadas no violão para distrair os filhos.

Os anos de agonia da família somaram-se sempre na mesma perpectiva, dificuldades, destemperos, brigas entre pai e mãe e filhos altamente instáveis. A igreja trouxe um pouco de paz às crianças e a frequência aos cultos era desfrute de alegria na infância dos filhos. Tudo ralizado na cidade de São Paulo até que a desgraça maior veio pegar todos de surpresa.

O pai traia, a mãe jurava vingança, o pai se valia das ameaças da mãe para exitar-se mais e mais diante do perigo. Parecia que o perigo o exitava muito e a vida foi ficando cada vez mais horrível e perigosa, então a mãe voltou a trabalhar e levou o pai para o mesmo trabalho. Ali ele arrumou uma amante e ao chegar ao conhecimento da mãe, houve a confusão que colocou fim na vida da família em São Paulo. A confusão na empresa onde trabalhavam mãe e pai fez com que estes perdessem o emprego. A convite do tio, foram morar na cidade de Crixás, depois Goiânia, onde parecia que a vida ia ganhar novo fôlego. 

As 3 notas musicais  que a mãe conhecia era tocada no vilolão quase que diariamente e Andressa foi a única filha a se interessar em aprender as 3 notas. Ela frequentava a Igreja Batista e, aos 12 anos de idade, tinha muitos irmãos na fé. Alguns sabiam tocar violão e ensinaram a ela 5 notas. Ao chegar em casa e mostrar para a mãe as 5 notas foi uma festa. Dias depois ela mostrou 10 notas e logo sabia tocar violão e guitarra.

A mãe compunha músicas evangélicas e Andressa tocava e foi num festival da Igreja Batista, o qual reuniu todas as igrejas da região leste de Goiânia que Andressa teve a primeira grande chance de sua vida. Ela levou o primeiro e segundo lugar naquele festival de música evangélica, interpretando 3 músicas compostas por sua mãe.

Naquele ano de 1997 Andressa ia completar 15 anos e a mãe resolveu embarcar para a Europa e tentar mudar a aparência de vida miserável tida até então. Andressa sofreu muito, pois o apego dela com a mãe era enorme, mas não havia outro meio após o divórcio entre seus pais e a situação precária da família.

Um ano depois, Andressa quis ir para a Europa e não conseguiu entrar na Bélgica. Foi deportada e criou-se um trauma entre ela e a mãe. Esta não teve nenhuma culpa pela filha não ter podido entrar no país, não podia defender a filha por estar ilegal ali. Andressa voltou ao Brasil e tomou a decisão de estudar no Rio de Janeiro.  Assim em 1999 ela embarcou para o Rio, afim de cursar a Universidade Batista do Sul, com mensalidades pagas pela Igreja Batista da Vila Pedroso.

Após 4 anos de universidade, Andressa passou na federal do Rio no curso de música. Tempos depois participou do concurso de música do Teatro Municipal do Rio. A mãe arcou com as despesas de exames de saliva e todos os outros exames caríssimos para que a filha pudesse arrumar seus documentos de ingresso no Municipal. Ali Andressa segue a carreira de corista até dias de hoje.

A vida é melhor quando temos um um certo conhecimento que nos leva a obter felicidade ao praticá-lo. Creio que a vida da Andressa, e o sofrimento que passou no lar revolto da sua infância, foi amenizado pela música. Além dessa observação positiva, deixo uma observação negativa e se refere a ela com Deus. Andressa foi criada na Palavra de Deus e ela deixou a igreja trocando-a pelo mundo da música, trocando-a pelos prazeres do mundo. Isso lhe será cobrado por Deus, mas ela é jovem e Deus não disistirá de trazê-la de volta ao primeiro amor. Tembém Deus criará nela um coração grato a sua mãe que lhe deu o impulso inicial que fez dela o que ela é hoje.

Essa é a verdadeira história da Andressa Maria Inácio, corista do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Por Alda Inácio (mãe)